Uma família de verdade! {Histórias de Adoção!}
Até meados de 2011, depois de muitos exames tanto meus quanto dele, constatamos que ambos possuíamos problemas pra engravidar naturalmente. Conversamos com especialistas sobre as possibilidades de inseminação artificial e fertilização in vitro, o que pra nós pareceram procedimentos muito invasivos e muito dispendiosos.
E assim, o tempo foi passando, eu engravidei naturalmente e o processo de habilitação em si demorou 7 meses para ser concluído. No dia em que recebi do oficial de justiça nossa habilitação para adoção, recebi a notícia de nossa médica que o embrião não havia se desenvolvido. Isso foi em uma quinta feira de junho de 2012. Fomos para o hospital na segunda feira para fazer o procedimento de expulsão do embrião e na terça feira, ainda no hospital, recebi uma ligação do Fórum dizendo que havia uma criança disponível para adoção e se nós gostaríamos de conhece-lo. Quando a funcionária disse que se tratava do pequeno Enzo, o bebê que estava abrigado e agora estava com 9 meses. Eu realmente não consigo expressar em palavras as emoções que senti naqueles dias… o Juiz havia decido coloca-lo em uma família que estivesse na fila para adoção pois o pequeno havia contraído pneumonia e não poderia ficar abrigado em condições precárias. O casal que estava na nossa frente na fila foi procurado, mas eles queriam uma menina e recém nascida. Sorte nossa!
Assim que saí do hospital comecei uma busca por um advogado, eu poderia ingressar com a ação, mas naquele momento queria ser mãe e não advogada. O primeiro advogado nos enrolou 15 dias, acredito que ele nem imaginava como iniciar o processo por isso a demora, até que um dia eu rodei a baiana no escritório dele, peguei meus documentos e fui a outro profissional. Nisso meu filhote me esperando no abrigo e a Coordenadora até perguntou se eu não queria leva-lo no fim de semana, mas eu disse a ela que o dia em que eu o tirasse de lá, ele nunca mais voltaria. O outro advogado ingressou com o pedido de adoção, e em 3 dias conseguimos a liminar de guarda provisória e no dia 12/07/2012 meu filho veio pra nossa casa. Foi um dia de festa para nós. Durante o processo de adoção, nenhum parente biológico se manifestou, nem na audiência que foi designada para o mês de fevereiro de 2013. No dia 13 de março de 2013 recebemos a certidão de nascimento do nosso João Enzo (acrescentamos o João), contendo nossos nomes na filiação.
Assim que ele começou a falar, ensinamos a ele que ele nasceu no coração da mamãe e do papai. Hoje, por conta própria, ele já fala que nasceu no ‘hopital’ … rsrs. Compramos alguns livrinhos sobre o tema e as vezes as profissionais que cuidaram dele lá no abrigo vão visitá-lo em nossa casa. Não vamos esconder sua origem e sua história, mas também não vamos instigá-lo a buscar informações sobre sua origem biológica enquanto ele não tiver maturidade para enfrentar o que vai descobrir.
Sem dúvida nenhuma, ele não saiu de mim, mas foi feito pra mim!